Turismo sustentável: listamos sete passeios imperdíveis em Bonito
Em poucos lugares no mundo um nome foi dado com tanta propriedade quanto Bonito, no Mato Grosso do Sul. Lagos e rios exageradamente cristalinos; paisagens cênicas e vida animal abundante atraem turistas do Brasil e do exterior. De acordo com o Bonito Convention & Visitors Bureau, de janeiro a abril deste ano, 76.139 brasileiros e estrangeiros estiveram na região que, além das belezas naturais, se destaca também pela preocupação com a sustentabilidade. Em novembro de 2018 a cidade foi eleita pela 15ª vez o “Melhor Destino de Ecoturismo” do país.
Quer saber mais sobre esse paraíso? Selecionamos sete passeios imperdíveis no destino. Antes, a gente lembra que o turismo é estritamente controlado e todas as atrações precisam ser agendadas com antecedência e reservadas com operadoras locais. Portanto, nem pense em montar seu roteiro e sair para conhecer tudo sozinho.
Gruta do Lago Azul
A beleza da Gruta do Lago Azul é algo inexplicável. A água ganha uma tonalidade azul com a luz solar e sua transparência revela um mundo subaquático que, infelizmente, não está acessível para nós, turistas. O mergulho nessas águas é proibido e nos cabe admirar esta beleza de cima. Para chegar até o ponto de observação é preciso, no entanto, descer 305 degraus de uma escada esculpida pela natureza e sem corrimão (tome cuidado!). É preciso também estar calçando tênis fechado e o capacete fornecido na entrada do passeio. Não se sabe ao certo a profundidade da caverna, nem de onde vem a água. Esse é o passeio mais disputado de Bonito e o principal cartão-postal local, portanto, nem pense em riscá-lo do seu roteiro.
Rio da Prata
Entre todos os tours de flutuação em Bonito, o Rio da Prata é aquele que concentra a maior quantidade de peixes. A parte turística do Rio da Prata fica dentro de uma fazenda particular e é lá que começa o tour. A sede da fazenda é a porta de entrada e onde você receberá uma pequena introdução do que verá no passeio. Depois é hora de entrar num jipe e, na sequência, fazer uma rápida trilha suspensa que na época das cheias costuma ficar submersa pelo rio. No final da trilha é hora de colocar a roupa de neoprene, as botas de natação e começar a flutuação. Antes de descer, o guia passa algumas rápidas e valiosas instruções. Um barco de apoio segue o grupo do início ao fim, portanto, se estiver cansado é só levantar as mãos e subir no pequeno barco. Do início ao fim da flutuação são aproximadamente 1,5 mil metros. Você flutua seguindo a correnteza. Ao chegar ao encontro dos rios Olho D’Água e Rio da Prata você terá a opção de escolher entre continuar flutuando ou embarcar no barco. Nesse trecho é realizado o mergulho de cilindro também. O tour do Rio da Prata inclui ainda um delicioso e farto almoço na sede da fazenda que pode, e deve, ser combinado com um relaxamento nas redes que ficam espalhadas por ali. Na hora da refeição não deixe de experimentar as delícias típicas e o doce de leite caseiro.
Buraco das Araras
Bem próximo à fazenda do Rio da Prata fica o Buraco das Araras, localizado em uma dolina (formação geológica oriunda do desmoronamento do teto de uma caverna). A trilha é circular e tem quase 1km de extensão, com dois mirantes que são perfeitos para observação das aves. E embora elas estejam lá o dia todo, o melhor período para ver as aves é no final da tarde, quando elas voltam para o “lar”. São centenas de araras voando fazendo um balé natural. Este passeio é perfeito para combinar com a ida ao Rio da Prata. Na hora de reservar feche os dois tours no mesmo dia!
Lagoa Misteriosa
A Lagoa Misteriosa é um dos mais novos passeios de Bonito e também um dos mais concorridos. Localizada ao lado do Rio da Prata, a Lagoa Misteriosa é uma lagoa não muito grande, mas com água cristalina e uma profundidade que ultrapassa os 200 metros. Existem duas opções de passeio para conhecer a Lagoa Misteriosa: flutuação e mergulho. Ambos com guias acompanhantes. Da fazenda à lagoa são 15 min de trilha. Próximo à lagoa tem um mirante. Em dias de sol, essa parada tem uma vista incrível. Faça fotos e corra o risco de ter a foto mais bonita de Bonito daqui deste ponto. É hora de mergulhar. Ponha todos os equipamentos obrigatórios e mergulhe. No início a água é gelada, mas com sol você se acostuma rápido à temperatura e passa a curtir o local. Na Lagoa não há grandes peixes como no Rio da Prata, mas você pode tentar interagir com uns pequenos peixinhos coloridos. Se tiver fazendo flutuação tem um cabo que pode te ajudar na apneia. Não deixe de levar uma câmera aquática e registrar todos os momentos dessa aventura.
Estância Mimosa
O passeio à Estância Mimosa é mais um que ocupará um dia inteiro. Localizada a 25 km do centro da cidade, é preciso sair cedo do hotel para chegar a tempo do início do tour. Mas o café da manhã que te espera na sede da fazenda vale o esforço de acordar cedo nas férias. Enquanto você aguarda o início do tour pode observar os jacarés de papo-amarelo que habitam o lago localizado na sede da fazenda. Antes do tour rola aquele tradicional briefing. É lá que você fica sabendo que irá andar pouco mais de 3km entre subidas e descidas por cachoeiras e trilhas. E sempre com uma parada para mergulho. A trilha é feita em sua maioria pela sombra, em uma mata fechada, às margens do rio Mimosa. Porém, se estiver fazendo aquele calor comum nos meses quentes do centro-oeste, você vai querer mergulhar na primeira parada. Segure a ansiedade, a guia deve indicar mergulhos somente na volta para não andar todo o trajeto molhado e com risco de sentir frio.
Boca da Onça
Geralmente quem vai a Bonito acaba optando entre Estância Mimosa ou Boca da Onça. Ambos são parecidos: uma fazenda particular transformada em produto turístico, repleta de cachoeiras e com rio cristalino. Se a Estância Mimosa tem um lago central com jacarés, a Boca da Onça tem a maior cachoeira do Mato Grosso do Sul. E no alto desta queda, esculpido na pedra, está uma imagem que se assemelha ao rosto de uma onça, explicando assim a origem do nome. É possível tomar banho nesta queda. A água é gelada, mas o esforço vale (e muito) a pena. Ao todo são 8 paradas em cerca de 4km de caminhada. Dependendo da época do ano, o volume da cachoeira aumenta e o banho pode estar proibido.
Abismo Anhumas
Guardamos para o final o passeio (na nossa opinião) mais especial. O Abismo Anhumas é uma atração diferente de qualquer outra. A começar pelo acesso. Para chegar ao final da caverna é preciso fazer um rapel. São pouco menos de 100 metros descendo por corda (e depois tem que subir, prepare-se!). Os primeiros dez metros são feitos por uma fenda bem apertada, depois a caverna se abre e a vista que se tem é de cinema. O Abismo tem um lago misterioso. Não se sabe de onde vem a água nem a profundidade, mas sua beleza é sem igual. Além da sensação incrível de fazer rapel em uma das maiores cavernas do Brasil, o passeio é super exclusivo: descem somente dois grupos de oito pessoas por dia. O mergulho é o ponto alto do passeio depois do rapel. Repare nos cones que são formados pela sedimentação do calcário, são enormes! E é possível nadar por entre eles, que debaixo d’água parecem ser ainda maiores.