Efeito pandemia: Viagens nacionais disparam na preferência dos brasileiros

Desde que a pandemia se instalou mundialmente, as viagens nacionais se tornaram a principal alternativa da maioria dos turistas. E isso acaba de ficar evidente com os dados do Anuário Braztoa 2021. O estudo, realizado pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), cujas associadas representam estimados 90% das viagens de lazer comercializadas pela cadeia produtiva do Brasil, mostra, em números, o contexto econômico nacional e internacional do segmento de viagens de lazer e do comportamento do turista.

Turismo doméstico x internacional

De acordo com os dados, do total de turistas embarcados em 2020, mais de 3,16 milhões foram para destinos dentro do Brasil, 96%. A porcentagem de turistas para destinos internacionais foi de 4%, ou seja, 140 mil brasileiros viajaram para fora do país no último ano.

O turismo nacional representou um faturamento de R$ 3,09 bilhões (77%), um aumento proporcionalmente considerável, já que historicamente o doméstico ficava entre 60% e 70% do faturamento globalIsso mostraque diversas empresas ampliaram a oferta do mercado doméstico e, diante das restrições, adaptaram de forma rápida o seu portfólio de produtos e conseguiram atender seus clientes com viagens nacionais. Já as viagens para o exterior – segmento que enfrentou muitos desafios, como fechamento de fronteiras, diminuição da oferta e a variação cambial – atingiram a marca de R$ 909 milhões de faturamento (23%).

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Destinos mais buscados no Brasil e exterior

No Brasil, o Nordeste e suas belas praias se mantiveram na liderança, recebendo 69,9% do total de passageiros embarcados. Já a região Sul ficou em segundo lugar, com 13,6%. O Sudeste foi responsável por uma parcela de 12,4% dos embarques totais no país, enquanto as regiões Norte e Centro-Oeste ficaram abaixo de 5% do total nacional. Entre os destinos que compõem o pódio brasileiro, Salvador ficou na primeira colocação, Maceió e Natal dividiram o segundo lugar e Rio de Janeiro e São Paulo ficaram em terceiro.

Nos embarques internacionais, mesmo com todas as restrições de fronteiras, o destaque vai para a Europa, correspondendo a 28% dos embarques, que podem em boa parte ter sido utilizados pelas viagens a estudos e reagrupamentos familiares, assim como para pessoas de dupla nacionalidade. A América do Norte ficou em segundo lugar na preferência dos turistas, com 23,6%. América Central-Caribe, por sua vez, representou 21% dos embarques, enquanto América do Sul correspondeu a 20% e o bloco Ásia-África-Oceania representa 7,4% do total. 

Orlando e Cancún continuaram como os mais vendidos entre os destinos internacionais, ancorados por seus resorts, praias e o complexo Disney na Flórida. Mas restrições sanitárias e de circulação fizeram com que destinos internacionais pouco expressivos até 2019 surgissem na lista dos mais comprados em 2020 – como foi o caso das Ilhas Maldivas. Este exemplo se justifica por uma somatória de fatores: a facilidade de acesso para turistas durante a pandemia, que podem entrar no destino apresentando apenas um teste PT-PCR negativo; tarifas aéreas e de hospedagem convidativas e promocionais, aliadas ao apoio de fornecedores de serviços turísticos locais na remarcação de viagens sem multas ou custos adicionais; além do próprio apelo do isolamento em ilhas proporcionado pelo destino.

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Compras antecipadas, apesar das incertezas 

Com relação à duração das viagens nacionais, os roteiros de média duração (5 a 9 dias) foram os mais escolhidos (48% das vendas). Já para as viagens internacionais, os roteiros de longa duração (mais de 9 dias) ficaram na frente (41%). 

Apesar de todo o cenário desafiador do último ano, observa-se que o comportamento do consumidor não foi fortemente impactado pelas incertezas no que se refere à antecedência de compra. No mercado doméstico, 52% das compras foram feitas com a antecedência de até um mês da viagem. Para o internacional, as compras realizadas entre 61 e 90 dias antes corresponderam a 35% e as com mais de 91 dias para a viagem, 32%.